FONTE: SuperTreino
Todo leitor de SuperTreino sabe o
quão importante é a alimentação para alcançarmos os desejados objetivos com o
corpo. Basicamente, queremos desenvolver músculos, ‘secar’ a gordura e, óbvio,
obter tudo isso com saúde para dar e vender.
Todo leitor de SuperTreino também
deve ter iniciado o ano com a promessa de cuidar mais do físico e conseguir um
corpo de dar inveja. Desta forma, cada treinamento a realizar, cada caloria a
ser ingerida e cada suplemento a ser consumido será fundamental para hoje ser
melhor que ontem e amanhã se tornar muito melhor que hoje.
Um planejamento adequado de
suplementação pode ser a diferença básica para alcançar um ótimo volume
muscular.
Então, o que fazer após a sessão de
treino? Suponho que você irá ingerir um shake de Whey Protein com carboidratos
de digestão rápida. E isso não é nada mal. Mas, ainda que seja um bom começo,
somente este suplemento não irá oferecer todos os nutrientes que você necessita
para alavancar seu potencial máximo.
De acordo com muitos pesquisadores de
respeito na área de nutrição e educação física, o real segredo de uma ótima
hipertrofia muscular está na combinação de suplementos a serem ingeridos após
uma sessão pesada de treinamento. Seguindo esta linha, sugerimos neste artigo
duas combinações que transformarão seu pós-treino em um período de intenso
‘crescimento’ muscular. Que tal consumir Whey Protein + Caseína ou Creatina
(NO2) + Beta-Alanina depois de ‘puxar ferro’ na academia? Independente da
escolha, você não vai se arrepender.
WHEY PROTEIN + CASEÍNA
Após o treinamento, você necessitará
de 40g de proteínas de digestão rápida, como o Whey Protein. As pesquisas
mostram que a rápida assimilação desta proteína e seu elevado conteúdo de
aminoácidos ramificados potencializam a síntese proteica e induzem ao
desenvolvimento muscular. Os numerosos estudos que demonstram a eficácia do soro
do leite após o treinamento com pesos fazem com que ela seja nossa recomendação
número 1 para esta situação.
No entanto, a ciência continua
progredindo, e o mesmo fazemos com nossos conselhos. Sendo assim, ainda
apoiados nas recentes pesquisas da área, sugerimos que, para aumentar ainda
mais a eficácia da Whey Protein, você adicione a este shake pós-treino a
proteína de Caseína. Quer saber o que a ciência diz sobre ela?
Estudos de cientistas asseguram que a
Caseína é a parte globular e possui uma digestão lenta e, por isso, durante
anos, não a recomendávamos após os treinamentos. Porém, agora a conhecemos
melhor. As últimas pesquisas têm descoberto que quando a Caseína é ingerida
pós-treino, potencializa a síntese proteica da mesma forma que o Whey. Além
disso, pesquisadores da Universidade de Baylor afirmam que quando os atletas
treinados ingerem a Caseína após os exercícios, obtêm melhores resultados do
que aqueles que ingerem somente a proteína do soro.
CONHECENDO A CASEÍNA
Em 1992, na França, o professor Yves
Boirie e colegas lançaram um novo conceito sobre as proteínas: proteínas lentas
e rápidas. O que significa isso? Para que você entenda melhor, este conceito é
semelhante ao conceito dos Índices Glicêmicos, que nos mostra a velocidade com
a qual os alimentos são absorvidos pelo organismo.
O mesmo ocorre com as proteínas. Sua
velocidade de absorção é alterada de acordo com sua estrutura e afeta fatores
como a liberação de Insulina (IGF-1) e Leucina. Por exemplo, uma proteína como
o Whey tem como tempo de duração de sua ação aproximadamente 3 horas e meia. As Caseínas, que são proteínas sensíveis
ao ambiente do estômago, possuem um processo de síntese proteica e absorção dos
aminoácidos muito lento, podendo levar o dobro de tempo quando comparado à ação
do Whey Protein e outras fontes de proteína. Este sistema gradual de síntese e
absorção é conhecido, no caso das proteínas, como time-release e proporciona
vários benefícios ao organismo.
Devido a sua rápida ação, o Whey
possui características anabólicas, e a Caseína é uma proteína com alto poder
anticatabólico (ou seja, ajuda a preservar a musculatura). Hoje em dia, os
suplementos possuem em sua fórmula a Caseína Micelar – uma Caseína não
desnaturada separada do leite
por um processo de filtração de
altíssima tecnologia. Em sua forma Micelar, a Caseína fornece um fluxo
constante de aminoácidos no sangue, contribuindo de modo significante no
processo anticatabólico.
SUPER COQUETEL
Combine estes quatro suplementos para
ingeri-los nos 30 minutos seguintes à sessão de treinamento e aumente seu
volume muscular
SUPLEMENTO
|
DOSES
|
Whey Protein
|
20-30g**
|
Caseína
|
10-20g
|
Creatina
|
3-5g**
|
Beta-alanina
|
1-2g**
|
** Ingira a mesma dosagem 30 minutos também antes
de treinar
CREATINA + BETA-ALANINA
Se você leva a sério este assunto de
aumentar o tamanho de seus músculos, saberá que a Creatina é um dos suplementos
que contribuem bastante com seu objetivo. Muitos estudos demonstram sua
eficácia para aumentar o volume muscular.
A Creatina funciona de diversas
maneiras.
- Primeiro, aumentando os níveis de
energia rápida dentro da célula muscular. Assim, os músculos recebem mais
energia necessária para a contração, o que significa a disponibilidade de mais
força.
- Segundo, a Creatina aporta mais
água às células musculares, o que leva a ter músculos mais cheios e densos.
- Terceiro, a Creatina aumenta os
níveis do fator de crescimento-1 (IGF-1) similar à Insulina, crítica para o
processo de desenvolvimento.
Sem dúvidas, a pesquisa realizada no
Colégio de Nova Jersey (Ewing) demonstra que a Creatina pode potencializar sua
eficácia para o desenvolvimento muscular se ingerida juntamente com a
Beta-Alanina. Este aminoácido se converte em Carnosina no interior das células
musculares, e quanto mais elevado é o nível de Carnosina nos músculos, mais
força e resistência conseguiremos obter.
A Carnosina também parece aumentar o
potencial de desenvolvimento dos músculos. Os pesquisadores afirmam que quem
ingere a Beta-Alanina com Creatina consegue um maior volume muscular e perde
mais gordura que as pessoas que ingerem somente a Creatina.
ÓXIDO NÍTRICO (NO2) – PARA SUBSTITUIR A CREATINA
A Creatina é um produto restringido
pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) quanto ao seu uso como
suplemento alimentar. Hoje é mais encontrada nas farmácias como medicamento, o
que dificulta e/ou impede o acesso a este produto. Enquanto a liberação do seu
uso como suplemento alimentar é discutido, oferecemos uma indicação de opção de
suplemento para substituí-la.
O suplemento à base de Óxido Nítrico
(NO2) foi desenvolvido pelo cientista Ed Byrd, o mesmo que lançou no mercado,
em 1993, a Creatina. Ed é co-fundador da EASTM e Presidente da MRITM (Medical
Research Institute)
O NO2 atua nos músculos como uma
molécula sinalizadora responsável pela hemodilatação (fluxo sanguíneo), o
transporte de oxigênio, o equilíbrio da glicose, a velocidade de contração dos
músculos, produção de energia e o crescimento muscular. Com o avanço da
tecnologia na área, os suplementos à base de NO2 oferecem uma hemodilatação
duradoura, na qual os músculos permanecem “bombeados” mesmo após a sessão de
treino.
Dentre as funções do Óxido Nítrico
estão: a estimulação da resposta imunológica mediada por linfócitos e
macrófagos; a redução da hiperagregabilidade plaquetária e a manutenção do
tônus vascular na regulação da pressão arterial.
NO2 e Índice de Resistência durante o exercício
Uma maneira de avaliar o aumento da
resistência física durante uma atividade é o Índice de Resistência. Vários
estudos indicam que os ácidos-keto, presentes no NO2, podem ajudar
significativamente a retardar o cansaço e melhorar o Índice de Resistência.
Atletas de alto rendimento relatam em algumas pesquisas uma grande melhoria
desta capacidade.
CONHECENDO A BETA-ALANINA
A Beta-Alanina é um aminoácido
beta que, junto com a Histidina, é responsável pela síntese de um tamponamento
importante contra a fadiga localizada, a Carnosina, comum nos exercícios de
alta intensidade. Durante atividade intensa e de média e longa duração, uma maior
quantidade de Carnosina dentro do músculo é capaz de evitar ou retardar o
aparecimento do ácido lático, responsável pelo surgimento da fadiga. A
Carnosina é uma molécula composta por dois aminoácidos sintetizados pelos
músculos a partir de seus dois componentes, a Beta-Alanina e a Histidina.
Demonstrado cientificamente, a
Beta-Alanina é capaz de promover um aumento real na concentração intramuscular
de Carnosina. Seu protocolo de suplementação lembra o da Creatina, pois segue o
mesmo princípio de abastecimento do músculo de forma crônica (cerca de 6 a 7
semanas). Uma dose de 6,4g por dia por 28 dias promove um aumento de 60% na
concentração de Carnosina. Alguns estudos mostram que mesmo uma fase de 21 dias
é um período adequado para promover o abastecimento de Beta-Alanina para
aumentar a concentração de Carnosina.
Por meio de vários estudos com este
suplemento, o aumento na performance já está estabelecido. Hill e colaboradores
mostraram uma melhora de 13% no trabalho total realizado após a suplementação
de 4 semanas de Beta-Alanina extra de 3,2g após 1 semana. Zoeller e
colaboradores também relataram o aumento no limiar ventilatório em uma amostra
de homens não treinados após a ingestão de Beta-Alanina (3,2g durante 28 dias).
Kim e colaboradores encontraram ambas as melhoras, aumento do limiar
ventilatório e tempo total de treino até a exaustão em ciclistas treinados após
12 semanas de suplementação (4,8g/dia) e treinamento de resistência de alta
intensidade. Em outro estudo, Stout e colaboradores relataram um retardo
significante no aparecimento da fadiga muscular mediada pela capacidade de
trabalho no limiar de fadiga. Não foram encontrados até agora, na literatura,
efeitos colaterais a respeito do consumo de Beta-Alanina, dentro das
quantidades utilizadas nos estudos citados.
Matéria publicada originalmente na SuperTreino ed.
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